segunda-feira, 29 de abril de 2013

Crítica: Oz - Mágico e Poderoso


Texto publicado na Revista Mais Mulher de Votuporanga - SP













Publicada há mais de 100 anos, O Mágico de Oz do teosófico americano L. Frank Baum é um exemplo de obra que não merece ser mexida nem continuada, do contrário se estaria cometendo um insulto. O que ajudou a manter a popularidade em meio a crianças e adultos do mundo todo foi a encantadora versão para o cinema de 1939 com Judy Garland no papel de Dorothy, menina órfã do Kansas que vai parar através de um tornado na terra mágica de Oz, fazendo amizades e ganhando boas lições de vida. Várias adaptações vieram desde então, peças teatrais musicais, animação, elevando seu grau de popularidade a pessoas de todas as idades igualando-se a O Pequeno Príncipe, do francês Antoine de Saint-Exupéry, mas a história nunca foi modificada, tendo sua mensagem propagada até os dias atuais. No entanto em 1985 uma tentativa infrutífera dos estúdios Disney de gerar uma continuação, O Mundo Fantástico de Oz, dirigido por Walter Murch, provocou indignação dos admiradores da obra original e sobretudo da própria companhia que a lançou (MGM), que não aprovou a sequencia. Nesta sequencia não oficial, uma Dorothy interpretada por uma criança de verdade (Fairuza Balk) e não mais uma adolescente recusa-se a aceitar não ter mais voltado à terra encantada e adoece, mas por fim acaba voltando da mesma maneira que no filme original, reencontrando de relance os amigos que fez por lá.

A Nova Versão

A nova versão da Disney dirigida por Sam Raimi (Evil Dead, trilogia Homem Aranha) traz James Franco no papel de Oscar Diggs, mágico dono de um circo pequeno, criterioso e excêntrico, que ao fugir de uma briga embarcando num balão é tragado por uma tempestade ao mundo encantado de Oz. Não se trata de uma continuação e nem de um remake, e sim da origem do tão procurado mágico de Oz, contando quem é e como foi viver ali, com a preocupação, já em seu título que não faz menção ao mago (o título original é Oz: The Great and Powerful) de preservar os encantos da obra original, de modo que soa mais como uma homenagem, um retorno ao mundo encantado que descobrimos na infância, do que uma tentativa de se lucrar em cima da obra. Não podia ser diferente, numa tendência atual de se levar às telas novas roupagens de clássicos literários infantis e infanto-juvenis, adaptando-os à uma nova realidade, O Mágico de Oz já estava precisando ser lembrado. Além de James Franco o longa traz mais três nomes importantes, as bruxas Theodora, interpretada por Mila Kunis, que se apaixona por Óscar, Evanora, irmã de Theodora, interpretada por Rachel Weisz, e Glinda, interpretada por Michelle Williams, e apenas uma delas vai ajudar Oscar em sua nova empreitada neste mundo novo. James Franco precisou ter aulas de ilusionismo para encarnar o personagem com perfeição e passa o filme todo com apenas um figurino, um terno de três peças. Infelizmente os efeitos especiais dos dias de hoje e a linguagem cinematográfica atual acabam não fazendo jus à magia do filme original.

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